terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O QUE É SER UM PASTOR?

1. Que líderes são esses?
Recentemente estive num evento apenas para líderes. Essa foi uma das experiências mais marcantes em toda minha vida até agora. Não somente pelo conteúdo extraordinário que aprendi ali, mas pelas pessoas que conheci, pelas situações que presenciei e pelas reflexões que me acompanharam durante todo o processo.
A primeira constatação marcante foi que existem pessoas (líderes) absolutamente repugnantes. E por um momento tive pena dos que precisam se submeter àquelas personalidades horrendas. Pessoas contando vantagem, pessoas grosseiras, pessoas manipuladoras... Que terrível pensar que aquelas pessoas eram líderes, pastores e pastoras, missionários ou qualquer outro cargo de liderança. Fiquei escandalizada!
Mas não é difícil supor a trajetória que os levou até ali. A atual configuração das estruturas de poder na Igreja são falhas e duvidosas. Basta um homem bem sucedido, vestir-se bem e freqüentar os cultos pontualmente durante um determinado tempo, que ele é consagrado “obreiro” num tempo recorde. Basta saber falar bem, com frases de efeito que é rapidamente convidado a pregar. Basta se casar com a filha de um pastor que é “promovido” a pastor também. E por aí vai... Pessoas com caráter duvidoso, com sede de poder e com preguiça de procurar emprego! Esse é o perfil de muitos pastores que vi ali e que infelizmente conheço. E só quando se experimenta estar sob a autoridade de um bom pastor, amoroso, fiel e dedicado é que se percebe que muitas igrejas estão vivendo de migalhas. Mais frustrante ainda é ver as Igrejas SEDE ignorando o sofrimento dos fiéis. Alheios a má administração do dinheiro, alheios ao autoritarismo e aos milhões de problemas que esses pastores-bomba causam. As pequenas congregações são as que mais sofrem. Elas são laboratórios de iniciantes. Mas quem dera fossem homens com vontade de aprender, cheios de sonhos e de projetos em prol do Reino de Deus. Não! São homens toscos que querem usufruir de boa vida, sem dar absolutamente nada em troca. Se você é de uma pequena congregação, tente se lembrar de todos os pastores que já teve e faça uma breve contagem. Não tenho receio em dizer que a maioria deles seria demitida se houvesse uma auditoria de seu trabalho!

2. Líder: Ser ou não ser? Eis a questão
Mas quando se tem um bom líder, um verdadeiro incentivador, cheio de boas idéias, que valoriza o trabalho de sua diretoria, que está atento ao rebanho, que faz visitas e se preocupa com a congregação... Esse líder inspira toda Igreja a crescer. Ele nos motiva a trabalhar. Servi-lo é prazeroso e submeter-se à sua autoridade é um aprendizado constante. Nossas forças são direcionadas apenas ao combate do inimigo. E a vitória da Igreja pode ser facilmente contada no número de pessoas convertidas e de visitantes nos cultos. Tudo rende, digamos assim. Sou grata a Deus por servir sob a administração de um bom líder, nada mal, por que aos 26 anos, com 20 anos de boa memória congregacional me lembro de 17 pastores antes do excelente pastor que tenho agora. Destes, apenas 5 foram pastores com boa administração, vida íntegra e deixaram saudade ao sair. Os demais se apropriaram dos recursos levantados para construção do templo, outros tinham sua vida conjugal transtornada, outros eram ditadores sem o menor carisma, que se impunham, que mediam forças com a diretoria e que faziam bizarrices de dar dó. E a SEDE? Não estava nem aí... Como ainda não está! Veja se eles são capazes de colocar esses “mercenários” em congregações de regiões de elite, com bons dízimos e com maior visibilidade? Nunca! Eles os enviam para as congregações de periferia, cujos membros têm pouca escolaridade e não ousariam os questionar. Perdoe-me por não respeitar a administração de um campo ministerial que não está de olho no crescimento de suas congregações, apenas nas cifras de seus rendimentos. Que não está disposta a fazer, vez ou outra uma auditoria nas atas dos tesoureiros! É muito desprezo para não ser questionado, nem criticado. Temos sorte por não haver mais escândalos dos que os que já existem. Temos sorte por que esse péssimo comportamento faz brotar uma vontade de ser diferente em muitos outros, que por sua vez se comprometem de forma apropriada, tratando o rebanho com amor, capaz de dar sua vida por ele.

3. O constrangedor exemplo de Cristo
Seria muita fantasia da minha parte pensar que esses líderes deveriam se mirar no exemplo de Cristo? Seria muita ilusão achar que Seu exemplo de liderança servidora e devotada deveria ser o parâmetro pra o comportamento dos pastores? Que faço eu se estou totalmente atrelada ao evangelho que sigo? Como enxergar uma realidade tão fora do padrão de Cristo, beirando ao farisaísmo e ao legalismo? Como não me indignar diante dessa realidade tão assustadora? Acho impossível! Só me resta canalizar essa indignação em um apelo: Não se torne um deles! Se você é um líder não seja atraído por essa fome de poder e influência. Se você ainda não é, mas convive com um grupo, tente alertá-los ao perigo de se deixar seduzir pelo poder, pela arrogância, pela altivez. Uma alma foi muito cara para ser jogada fora por uma liderança equivocada, com fome de autoritarismo, querendo suprimir seus opositores. Se você é um líder peça sabedoria pra lidar com suas ovelhas, até mesmo as mais rebeldes. Ame-as, você vai constrangê-las. Considere-as, você vai embaraçar seus levantes. E mais do que tudo, tenha caráter. Seja exemplo. Comprometa-se. Veja que você não pode fazer nada sozinho, envolva as pessoas com sua visão, com suas idéias, não as imponha. Não transforme seus gostos particulares em regras, Admita que existam pessoas diferentes que você e elas não são piores, nem inferiores, apenas diferentes. Siga o exemplo de Cristo, de perto, não é impossível tentar. Tudo bem que será meio difícil conseguir, mas seremos considerados por nossa tentativa.
Tenho sob minha responsabilidade, adolescentes que terão seu primeiro contato com o Senhor e com Sua Igreja através de mim. Por isso devo amá-los, devo representá-los de forma apropriada. Devo mostrá-los o carinho e a devoção do primeiro amor, bem como a santidade e a necessidade de seguir as regras. De forma que eles cresçam com uma estrutura firme o suficiente para resistir ás provações e tentações da juventude e da vida cristã em si. Não é fácil. Ás vezes até dói o peso dessa responsabilidade, fico com vontade de correr, de recuar, mas não posso! Fico com vontade de dizer pro meu Pai, será que não dá pra esperar mais um pouco? Nem eu sei como fazer essas coisas ainda... como vou ensiná-los? Irmãos. Ser líder não é fácil eu sei. Mas é preciso coragem, caráter e senso de responsabilidade, e acima de tudo isso é preciso ter AMOR, muito AMOR. Não dá nem pra ser cristão sem amor, muito menos para liderá-los. Rogo para que o Pai de amor distribua em todos nós a grande medida que precisamos. Rogo para que as instituições não se esqueçam a quem servem. Rogo para que Jesus seja o modelo de tudo o que somos e do que quer que façamos!

Um comentário:

  1. Verdade absoluta! Como vc fico triste com esse panorama em nossas igrejas, a minha principalmente (Assemb. de Deus) mas tenho um consolo: Uma vez estava questionando isto em um culto e o Senhor falou-me claramente: EU SOU o DONO da OBRA. Ele( o pastor dirigente)ficará aqui até que EU queira! Depois disto tento me conformar com esses mercenários, mas é dificíl!
    Só com a Graça de Jesus podemos conseguir engolir estes falsos pastores. Sinal de que? A Vinda Dele é logo,logo. Um abraço. vou te seguir.

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Por uma simples questão de ordem peço que haja educação e bom senso em suas palavras. Esse é um blog para Cristãos, onde discutiremos os conflitos de nosso cotidiano, se você é ateu não venha me ofender com suas opiniões particulares, esses posts não são direcionados à você. Diante disso, vá ler um pouco, estudar e sedimentar sua opinião de que Deus não existe por que em breve vc terá que dizer isso à Ele, então é bom que vc esteja seguro do que pensa(risos).