sábado, 16 de junho de 2012

MINHA FAMÍLIA, MINHA ÁRVORE



Nesse post quero falar um pouco sobre a importância da família pra nos mostrar quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Minha família é uma árvore. Eu gosto de pensar que faço parte dessa árvore. Gosto de pensar em ser apenas um galho de uma coisa muito maior e é assim que segue essa alegoria. Meus avós são representados pelo tronco por onde passa tudo o que será transmitido pra nós. Ele precisa estar fortemente arraigado na terra, que vai fornecer o alimento. A seiva que transmite o alimento pra essa família é a união, ela permite que em cada galho haja saúde, pra poder gerar frutos. Permita-me seguir explicando um pouco mais sobre essa árvore, enquanto você vai refletindo sobre a sua família.


Tronco
Estou em luto pelo falecimento do meu avô paterno, há menos de 6 meses perdi também meu outro avô, o pai da minha mãe. Ambos estavam muito doentes e acamados, há muitos meses. Ambos sofreram muito antes de falecer. Ambos deixaram um vazio imenso ao partir. A coincidência entre estes dois homens não pára por aí. Chefes de uma família com muitos filhos (um com 11 filhos, o outro com 12) descobriram ainda jovens que precisavam trabalhar muito para dar uma vida digna e honrosa para eles. Lavradores, tiraram da terra o seu sustento. A vida no campo os mostrou que simplicidade, caráter e fé em Deus eram as coisas mais importantes pra se passar aos filhos. Deixaram como herança uma boa educação, repleta de valores morais e de bons exemplos. Ambos se casaram com mulheres difíceis de lidar, geniosas e com personalidade forte. Ambos experimentaram a família da forma como a cultura da época os conduzia, sem muitas demonstrações de afeto, com rigor na educação, sistemáticos, até que a velhice os amoleceu um pouco mais. Experimentaram na vida adulta o surgir do 'novo homem', após a conversão cristã protestante. Homens violentos e ignorantes que agora experimentavam uma humildade, uma submissão e um servir totalmente novo pra eles. Os tios mais velhos contam histórias da vida antes de Cristo e de como era confusa, idólatra e cheia de violência. Os mesmos atestam a mudança, o arrependimento, o servir ao Senhor de forma devotada e sincera. Abraçar um de meus avôs era como abraçar toda a árvore, por que neles estava o surgir de todo o resto. Espiritualmente fortes, vigorosos, sustentavam a nobreza da árvore. Tenho prazer em pensar em quem foram. Cheios de erros e acertos, como todos os outros, mas especialmente corajosos, guerreiros e devotados. Meu avô paterno Oscar e minha avó materna Maria são os mais religiosos, Minha avó paterna Arnalda e meu avô materno Nelson os mais calorosos, alegres, festeiros. Todos os 4 foram cristãos verdadeiramente convertidos. Dos quais só me resta minha avó Maria. Mulher geniosa e de fibra que não vê o sol se por sem ter depositado suas orações na presença de Deus. Estou aqui para honrá-los com todo meu coração, diante de todos.


Raízes bem plantadas.
Como árvore, fomos plantados no Reino dos céus que é eterno, onde não importa se estamos fisicamente vivos ou mortos na terra, e sim se estamos vivos ou mortos no Reino de Deus. Nossa família está orgulhosamente plantada junto à ribeiros de águas. O Espírito Santo é essa essência que nos rega, é o Rio de Deus logo ali, garantido vida no tempo seco, força nas adversidades. Temos raízes na prática da palavra de Deus. Essas raízes são fortes por que são feitas da madeira mais resistente e nobre que existe. Fé, oração, boas obras, vida de arrependimento, facilidade em se reconciliar, leitura da palavra, trabalho na seara de Deus. Essas raízes dizem muito sobre quem somos como família, especialmente diz muito sobre mim, por que me considero bem alicerçada nesse solo. Tudo que tenho de bom em mim na verdade é herança das minhas raízes. Eu tenho muito orgulho delas.


Galhos e mais galhos.
A árvore é belíssima de se ver. Muitos contemplam a beleza do entroncamento de minha árvore. O momento em que o tronco se divide em galhos robustos e fortes. Esses galhos são o caminho e o apoio pra subir, eles nos dão diversão, amparo, força. Eles representam os meus tios e tias. A beleza do Reino de Deus é saber que um casamento faz de duas pessoas uma só, então maravilhosamente o Senhor permitiu que nossas tias e tios que não tem o mesmo sangue, são espiritualmente dotados da mesma beleza e força que os 11, ou os 12 filhos dos meus avós. Por isso pense em galhos fortes e robustos, que são graciosos de se ver, que servem de ninho para passarinhos, que balançam suavemente com o vento. Que sustentam outros inúmeros galhos mais finos (os netos) e brotos (os bisnetos) e os frutos (os frutos do espírito santo). Esses galhos vigorosos são de madeira nobre e remontam a força das nossas raízes. Como faço parte dos galhos frágeis que sempre esmorecem com o sol ou que ameaçam cair com a chuva, sei a razão pela qual ainda não desabei e virei lenha. Cristo é o jardineiro Ele me escolheu pertencente a esta árvore, Ele está certo sobre essas raízes, por isso sempre que caí, cuidadosamente me amarrou aos galhos mais fortes. Na força desses galhos encontrei amparo pra não desabar e secar sozinho. Quando olho em minha volta e assisto a beleza desses galhos eu sinto profundamente como gostaria de ser como eles. Eu os admiro completamente e não há um só que não saiba disso. Sou orgulhosa pela forma como sustentam emocionalmente e espiritualmente seus filhos e pela forma como transmitem os valores dos nossos avós.

Pra nós, meros galhos mais finos, fica somente a responsabilidade de levar conosco a mesma natureza e preservar do que somos feitos. São brotos e brotos chegando e cabe a nós permanecer juntos pra preservar a união que nos mantém fortes e saudáveis.


Frutos - nossa razão de ser.
É na ponta de nossos galhos que o Jardineiro colhe os frutos e eles precisam ser bons para louvá-Lo dignamente, como convém. Nossa árvore cresce frondosa mas, a preocupação do Jardineiro é só com a qualidade dos frutos. Por isso devemos nos empenhar em fazer valer todo o esforço da nossa família. Somos uma árvore no Reino de Deus e nossos frutos existem para servir a Ele. Cada um de nós sabe muito bem que precisamos gerar frutos, senão seremos cortados e viramos lenha. Não é ameaça, constrangimento ou lenda religiosa, é a natureza das coisas. Sofro por pensar que enquanto uns estão se tornando extremistas religiosos, sem compaixão e nem comunhão, outros estão magoadinhos com a igreja, apegados aos seus ressentimentos com a instituição e com suas regras humanas absolutamente passageiras e relativas. Mas essa é a minoria, felizmente e por pouco tempo! Recebemos o convite da salvação como família mas precisamos aceitá-lo individualmente. O mundo se torna um lugar cada vez mais cruel e perdido, para criar nossos filhos e transmitir os valores que recebemos.  A saúde de nossos galhos, brotos e existência de frutos estará comprometida se não passarmos os valores que são captados por nossas raízes. Vamos secar e perder a vitalidade se não recebermos á água que o Espírito Santo nos dá. Seremos apenas pau, se não formos galhos conectados com nossas raízes. Temos servido como sombra pra tantas pessoas, nossos frutos têm alimentado tantas outras. Isso é um orgulho sobre o que somos. 

A decisão é nossa se vamos de fato dar continuidade ao que aprendemos. Em alguns momentos teremos diante de nós a escolha entre nos divertir com outras coisas e programações, ou se nos manteremos unidos como família. As oportunidades já são tão poucas de reunir a família e quando existirem devem ser levadas a sério, como um ritual que mantém o que somos á salvo do frio egoísmo da vida pós-moderna. Decida se têm orgulho de sua família e se quer preservar o que recebeu dos seus antepassados. Decida se vai renegar o convívio familiar por que tem outra coisa mais divertida pra fazer no dia. Decida se você tem mesmo os valores que são suficientes pra assegurar que seus filhos sejam pessoas de bem e que também vão gerar frutos, á seu tempo. Se não, permaneça aí secando até que o Jardineiro venha. Pode estar certo de que Ele virá.